Missão: Dirigir e voltar para casa.
Voltar para casa é o objetivo de cada motorista quando dela parte para chegar a outro lugar, seu destino de momento ou para cumprir uma missão.
Quem se relaciona com esta pessoa pensa o mesmo: “Volte! Deus te acompanhe no caminho”.
Uma frase que ouvi de um senhor de muita idade que cuidava dos carros estacionados no Posto ROSEIRA, na cidade do mesmo nome no Estado de São Paulo, à margem da BR 116 – Rodovia Presidente Dutra, me marcou profundamente: “Deus abençoe suas mãos!”
Deus é muito citado por motoristas. A filosofia do “irmão da estrada” está escrita em para-choques de caminhões que cruzamos por todo este imenso Brasil. A frase que mais vejo é: “Deus me guie.” Simples e forte.
Deus está em todas as partes, com todos nós, em cada um de nós, mas precisa de nossa ajuda. Gosto do salmo “Orai e vigiai.” Rezar ajuda muito, a oração tem uma força extraordinária, mas nossas ações são de livre arbítrio. É preciso vigiar, agir. O plantio é livre e a colheita obrigatória.
O livro MISSÃO: DIRIGIR E VOLTAR PARA CASA foi escrito a fim de proteger vidas e patrimônio. Está baseado em três conceitos que todo instrutor segue quando prepara seu treinamento: Conhecimento, Habilidade e Atitude.
Conhecimento é o que uma pessoa sabe. Instigo a mente e cito dois exemplos que nortearão nosso raciocínio a partir deste momento. O primeiro exemplo é a “invenção” da roda. Imaginemos as dificuldades para transportar qualquer tipo de volume sem este objeto que facilita tanto nossas vidas, diminuindo o atrito com o solo e permitindo deslocamento com menos esforço e mais rapidez.
O segundo exemplo é histórico e aborda desafios. Até o século XV as pessoas pensavam que a Terra era plana, com os oceanos terminando numa enorme cachoeira, com dragões e sereias à espera dos navios. Cientistas e as grandes navegações provaram que o planeta era redondo e trouxeram um novo conhecimento, um novo saber, um novo pensar.
Com base nestes dois exemplos, espero atingir o principal objetivo deste artigo: evitar acidentes de trânsito. Vamos aproveitar o que a roda nos oferece de melhor. Comparo com as experiências vividas pelas famílias dos meus dois avôs, Luiz e Raphael, a quem dediquei o livro por realmente me inspirarem a gostar tanto de dirigir. Quantas dificuldades enfrentaram para percorrer as distâncias necessárias às atividades escolhidas para sobreviver e criar suas famílias? Quantos “dragões e as sereias” venceram para chegar onde chegaram? Deu certo.
Habilidade é demonstrada ao vivo. Em palestras eu realizo exercícios pessoalmente, junto com todos os participantes. O resultado é mensurável ali mesmo. Se houver dúvidas, tiramos na hora, in loco. Como fazer isso por meio de palavras escritas? Escolhi motivar sua percepção. Tentarei fazer isso com as formas escritas que conheço.
Atitude é ação. Só nós mesmos sabemos as ações que fazemos para evitar acidentes. Espero, sinceramente, que cada frase aqui escrita nos conduza em pensamento para boas sensações, que tenhamos vontade de agir por nós e motivar outros para que todos voltemos para casa depois de dirigir um veículo. Vale a pena.
Estudo as estatísticas do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo (SETCESP) desde 2001. Mostram que a proporção de acidentes com caminhões que transportam cargas no Brasil é de 6 (seis) em cada 10.000 (dez mil) viagens. Tratamos aqui de veículos conduzidos por profissionais do volante.
Triste! Triste mesmo é a estatística sobre os acidentes com os veículos particulares.
“Devastação” é a palavra que define os números de pessoas que não voltaram para suas casas, podendo ser comparados a danos de guerras e catástrofes.
Triste! Várias campanhas já foram realizadas, mas sempre é possível melhorar. A razão de hoje eu, Amaury, sentar em frente ao computador e escrever este artigo é que há grandes chances de um acidente grave estar nos jornais no dia em que você estiver lendo estas palavras. São pessoas que não voltarão para suas casas. Vamos agir?
O início de todo estudo é a seguinte frase: ESTOU SATISFEITO COM A SITUAÇÃO? Se a resposta for qualquer palavra diferente de SIM, é hora de agir.
O objetivo é sempre ZERO ACIDENTE. O fato de todos nós, motoristas habilitados, passarmos por treinamentos e provas, conhecermos os programas de prevenção, exigirmos qualidade de produtos e serviços que envolvem veículos, estradas e ruas deveria nos tranquilizar, mas isso não acontece. Porque há tantos acidentes com pessoas que utilizam a roda para locomoção? Eis um bom desafio.
Nós, seres humanos, buscamos desde o início de nossa existência atender as necessidades fisiológicas básicas: segurança, relacionamento social, autoestima e reconhecimento, segundo o psicólogo americano Abraham Maslow.
A maioria das pessoas é do bem e procura fazer as coisas de forma correta, tentando acertar. Comparo com um boné, onde a maior parte dele é bem visível e chama nossa atenção pela cor, formato e inscrições ou imagens. No entanto, se a aba dele não for bem feita estraga tudo e fica bem ruim de usar.
Dessa forma, vira e mexe cruzamos com motorista que dirige com irresponsabilidade, “cortando” os demais em “zigue - zague”, buzinando alucinadamente “colado” em nossa retaguarda, prestes a provocar acidente. Quando isso acontecer, o melhor a fazer é deixá – lo passar, dando espaço para seguir seu caminho.
Queremos paz! Vamos em frente, aproveitando o que um veículo nos oferece de melhor: conforto e menos esforço para transportar pessoas e cargas. Vamos dirigir e voltar para casa em paz e com saúde.
O Autor:
Amaury Vieira
Diretor geral na AV Consultoria.
Doutor em Aplicações Militares pela Escolta de Comando e Estado Maior do Exército.
Professor especialista em Inteligência Competitiva, Estratégia Empresarial e Negociação.
Escritor autor dos livros Negociar Com Boa Vontade (Editora LCTE) e Missão: Dirigir e Voltar para Casa (Editora LCTE).
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