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Cultura de segurança contra incêndios no Brasil

Atualizado: 18 de jun. de 2019

Parte 2

Observamos no primeiro artigo que os Países ditos do primeiro Mundo, desde o Século XI, buscam se aprimorar visando mitigar ao máximo o raio de impacto dos riscos ocasionados por um simples riscar de fósforo realizado de forma inadequada. Ainda estamos apenas falando de ações inadequadas, não de ações intencionais ou mesmo terroristas.

Medidas preventivas e reativas foram desenvolvidas.

Desenvolvimento dos profissionais e das tecnologias ligadas ao segmento.

O incêndio é um dos poucos riscos com potencial de paralisar permanentemente a operação de um site.

BRASIL

Antes de entendermos a Cultura contra incêndios no Brasil, infelizmente, vamos citar alguns fatos.

- Gran Circo Norte Americano em Niterói. Rio de Janeiro. 1961.

Aproximadamente, 500 mortes.


Por relatos da época, centenas de pessoas, simplesmente, após o incêndio, nunca mais foram vistas. Este incêndio, pode ser considerado o primeiro ato terrorista envolvendo assasinatos em massa no Brasil. Por falta de tecnologia ou mesmo de interesse público, infelizmente citou apenas como número oficial, as 500 vítimas neste incêndio.

- Edificio Andraus. São Paulo.1972. 16 mortes.

- Edificio Joelma. São Paulo.1974. 188 mortes.

- Loja de Departamentos. Rio Grande do Sul.1976. 41 mortes.

- Edificio Andorinhas. Rio de Janeiro.1986. 23 mortes.

- Canecão Mineiro. Belo Horizonte. 2001. 07 mortes.

- Boate KISS. Rio Grande do Sul. 2013. 242 mortes.

Além das centenas de feridos, paralisação total ou parcial de empresas do entorno, além de outros raios de impacto social e profissional.

- Podemos citar o incêndio ocorrido na Ultra Cargos em São Paulo em 2015. Sem mortes. Prejuízo: R$ 22 milhões. Além de outros impactos de médio e longo prazo.

No Brasil, em 2017, ocorreram 270 mil focos de incêndio em matas e florestas.

Considerando apenas as informações do CBM de Brasília, a média de atendimentos a incêndios residenciais, ultrapassa 1500 anuais. Média de 4 por dia.

Em 2018, ocorreram 530 incêndios estruturais* no Brasil.

*(Comércio, Escolas, Distribuidoras, shoppings entre outros). Sendo 114 incêndios ocorridos em depósitos e 85 em distribuidoras.

REFLEXÃO DESTA REALIDADE

- Não existe uma cultura prevencionista no Brasil.

- Não existe uma Legislação em Nível Federal para regulamentar o segmento.

- Cada Estado tem a sua Legislação.

- Pouca Fiscalização pelos órgãos competentes.

- Muitas empresas ilegais no segmento.

- Cultura do “Jeitinho”.

- Hábito de confundir negligência com fatalidade.

- Cultura de confundir investimento com gasto.

- A segurança normalmente não entra no planejamento estratégico.

- O orçamento Federal de 2019, teve um corte de 38% no investimento a combate a incêndios Florestais.

- Ter a certeza que a Brigada Voluntária (NBR 14276), são os profissionais adequados para eventuais combates a incêndios e para o desenvolvimento da Cultura prevencionista.

- Apenas 15% dos municípios do Brasil, tem Corpo de Bombeiros Militar.


HOUVE AVANÇOS NO SEGMENTO

- Hoje, a Segurança contra incêndio, de acordo com o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) , é uma ciência.

- Diversas Leis, foram criadas em níveis Federal, Estadual e Municipal.

- Criação da Frente Parlamentar Contra Incêndios.

- Dentre diversas outras ações.

Estamos avançando. Mas quando olhamos a velocidade deste caminhar, e a nossa Cultura, devemos fazer as seguintes perguntas:

- O Nosso site atende a Legislação pertinente?

- Temos uma Cultura prevencionista na empresa?

- Temos seguro contra incêndio? Atendemos todos os requisitos?

- Caso ocorra um Incêndio, temos planos de contingência para mitigar o raio de ação, visando preservar vidas e a continuidade dos negócios?

- Os serviços realizados por empresas contratadas atendem aos requisitos mínimos de segurança contra incêndio?

Estamos dando um passo para trás para dar dois passos para frente, ou o tempo inteiro andamos em círculos?



 

O Autor:

Haroldo Luiz de Jesus Fonseca





Administrador de Segurança da Escola SESC.

Gerente de Operações da empresa Firefighters Prevenção e Combate à Incêndio.


Graduado em Gestão Comercial pela Universidade Estácio de Sá, Pós Graduado em emergências e Desastres pela Universidade Gama Filho, MBA em Segurança Corporativa pela Universidade SENAC, MBS Master business Security pela Brasiliano. Especialização na ISO3100. QSP.


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